0107 - A autonomia do usuário na era dos agentes de IA
Quando a OpenAI lançou o construtor de GPTs customizados [contei aqui], a promessa era clara: qualquer usuário poderia moldar uma Inteligência Artificial ao seu modo, criando assistentes de IA específicos para suas necessidades — sem precisar escrever uma linha de código. Autonomia total.
Mas, agora, conforme os agentes autônomos passam a dominar as atenções dentro das big techs, ficou claro que a história não seria tão simples assim. E isso é algo que, até certo ponto, parece natural, como uma evolução do que a IA pode oferecer. Mas há um fator que preocupa: entre ser apenas um usuário do ChatGPT e se tornar um criador de agentes de IA, ainda existe uma distância considerável.
E, por enquanto, a perspectiva é de um cenário em que apenas os usuários tecnicamente qualificados terão pleno domínio dos seus próprios agentes autônomos.
O paradoxo é visível: a mesma tecnologia que abriu as portas da criação para o público comum começa a exigir conhecimentos que poucos dominam — integração de APIs, publicação de código no GitHub, configuração de fluxos automáticos.
O risco é que os agentes de IA acabem virando uma espécie de “reserva de mercado”, acessível apenas para quem domina essa nova camada de complexidade técnica. Se isso acontecer, a revolução que começou como promessa de acesso democrático para todos pode se tornar, na prática, uma limitação. Ou pelo menos um inibidor para novos usuários.
Mas essa não precisa ser a única estrada.
Encadeamento de GPTs customizados
Dentro do próprio ChatGPT, com o construtor de GPTs customizados, ainda é possível adotar uma lógica prática e acessível: o usuário pode construir pequenos assistentes especializados — um para revisar textos, outro para sugerir tags, outro para gerar meta-dados, outro para criar chamadas para redes sociais.
Cada GPT customizado cumpre uma função específica. E o próprio usuário, ao “chamá-los” para uma mesma interação, cria um encadeamento de tarefas que, na prática, replica a lógica dos agentes autônomos mais avançados — mas sem precisar programar ou integrar sistemas externos.
Essa abordagem [que uso diariamente nas minhas tarefas como editor e como consultor] reforça um ponto essencial no uso de ferramentas como o ChatGPT: a força da autonomia do usuário [ainda relevante] diante do avanço do agente autônomo. E a autonomia precisa ser valorizada como uma conquista — não como uma exceção.
Novos usuários
Esse debate se torna ainda mais urgente quando olhamos para o momento atual da Inteligência Artificial Generativa:
O ChatGPT já ultrapassou a marca de 600 milhões de usuários mensais ativos e 160 milhões de usuários diários ativos. O Gemini, principal aposta do Google nesse mercado, reúne cerca de 350 milhões de usuários mensais ativos.
São números que mostram o tamanho da transformação em curso — mas também revelam que uma parcela significativa desses usuários está chegando agora ao universo da IA generativa. Muitos estão em fase de descoberta, tateando para entender como usar no dia a dia — ou mesmo se ela é algo que precisam incorporar.
Para esse novo público, a promessa de autonomia é mais do que um benefício: é o principal atrativo.
Se as plataformas complicarem o caminho, valorizando mais os agentes autônomos, mesmo para usuários comuns [no mesmo nível para usuários corporativos], impondo barreiras técnicas, correm o risco de frustrar justamente quem mais precisa sentir que pode moldar uma Inteligência Artificial para si.
Autonomia como princípio
Pareço indignado, mas não. Sei que logo teremos plataformas amigáveis para criação de agentes de IA por conta própria, assim como, se o usuário quiser, pode mergulhar na sua ferramenta de Inteligência Artificial e aprender sobre como virar um especialista no assunto...
Minha questão é a revolução que a Inteligência Artificial Genertativa iniciou [e ainda está em curso] foi, antes de tudo, uma revolução do acesso: uma ferramenta poderosa nas mãos de mais pessoas, em mais lugares, para mais propósitos.
Se queremos que essa revolução cumpra seu potencial, a autonomia do usuário precisa ser defendida como um princípio. Não como um privilégio.
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VOCÊ É DEMAIS!
🙌 ChatGPT versão bajulador
Cuidado: o ChatGPT pode estar te enganando. Não por fornecer informações desatualizadas ou inventadas, mas por elogiar o usuário exageradamente. Pense num amigo puxa-saco. Pode ser pior.
Já vinha observando mudanças na interação desde o anúncio de novos modelos — neste caso, mudanças para melhor [mais ágil, dinâmico, inteligente e preciso nas respostas]. Mas a própria OpenAi identificou o “modo bajulador” ativado, como revelou o CEO da empresa, Sam Altman:
“As últimas atualizações do GPT-4o tornaram a personalidade muito bajuladora e irritante (embora haja algumas partes muito boas nela), e estamos trabalhando em correções o mais rápido possível, algumas hoje e outras esta semana. Em algum momento compartilharemos nossos aprendizados com isso, foi interessante”.
Antes, no dia 25, Altman escreveu no Twitter [atual X] que a empresa havia atualizado o GPT-4o e melhorado tanto a inteligência quanto a personalidade. Faltou calibrar…
UTILIDADE
🤸♂️ Enquanto a gente brinca…
A geração de imagens no ChatGPT, que tanto viralizou nas redes sociais, agora está na API do e já está sendo usada por desenvolvedores para incrementar plataformas como WIX, de criação de sites, e Photoroom, de criação de designs.
Diz a OpenAI:
Quando introduzimos a geração de imagens no ChatGPT no mês passado, ele rapidamente se tornou um dos nossos recursos mais populares: mais de 130 milhões de usuários em todo o mundo criaram mais de 700 milhões de imagens apenas na primeira semana .
DEEP RESEARCH
🔄 Atualização
Houve uma expansão do o uso para usuários Plus, Team e Pro, introduzindo uma versão leve da pesquisa aprofundada para aumentar os limites de taxa atuais. Também foi lançada a versão leve para usuários gratuitos.
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NA HORA DO FECHAMENTO
🎯 Busca no foco
Na reta final de fechamento desta edição, nesta segunda (28), a conta da OpenAI no Twitter anunciou quatro novidades focadas em busca. “A pesquisa se tornou um dos nossos recursos mais populares e de crescimento mais rápido, com mais de 1 bilhão de pesquisas na web apenas na semana passada”.
São elas:
Shopping: melhoria para tornar as compras mais simples e rápidas para encontrar, comparar e comprar produtos no ChatGPT, com resultados de produtos melhorados, detalhes visuais do produto, preços e avaliações, e links diretos para comprar.
Pesquisar no WhatsApp: melhoria para mostrar respostas atualizadas e resultados esportivos ao vivo. O contato é +1 (800) 242-8478.
Citações aprimoradas: no resultado da busca agora aparecem várias citações para uma determinada resposta no final dos parágrafos. Também aparece uma nova interface de “destaque” para mostrar mais claramente a qual parte da resposta a citação se refere.
Tendências e preenchimento automático: tipo Google.
🤔 DEBATES
De cinema
IA era inimiga nº 1 de Hollywood, agora está em filmes vencedores do Oscar [BBC News]
Podcast
A criatividade na Era da Inteligência Artificial: desafios e reflexões [MIT Technology Review]
IA E JORNALISMO
🙋♂️🤖 Washington Post e OpenAI fecham acordo
Depois de alguns meses sem novos anúncios de parcerias com grupos de mídia, a OpenAI fecha acordo com o gigante Washington Post. A parceria estratégica permitirá que o ChatGPT apresente resumos, citações e links para reportagens originais do jornal, com o objetivo de ampliar o acesso a informações confiáveis e de alta qualidade. As matérias do The Post, especialmente sobre política, relações internacionais, negócios e tecnologia, terão destaque com atribuição clara e links diretos para aprofundamento dos usuários.
O acordo reforça a estratégia da OpenAI de investir em jornalismo profissional para garantir respostas baseadas em fontes confiáveis a seus mais de 500 milhões de usuários semanais. Já para o Washington Post, a colaboração é parte de uma série de iniciativas que utilizam inteligência artificial para ampliar a descoberta e a acessibilidade do seu conteúdo — incluindo projetos como o Ask The Post AI, Climate Answers e outras ferramentas internas de apoio à redação.
A parceria se soma a uma lista que já conta com mais de 20 grupos de mídia associados à OpenAI em todo o mundo. No anúncio, tanto o The Post quanto a OpenAI destacaram o alinhamento de objetivos: promover informações de qualidade em ambientes digitais cada vez mais baseados em IA, respeitando a atribuição e incentivando a exploração profunda dos temas abordados.
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Editado e revisado por agenteGPT a partir de resumo feito pelo ChatGPT, identificado pelo uso dos emojis 🙋♂️🤖 ao lado do intertítulo, conforme regras da newsletter.
🚀 Avanço
A transformação das redações com IA [GZH]
🤲 Proveito
Como construir uma base com IA para impulsionar o seu jornalismo [iJNET]
ASPAS
🚨 Proteção
“Segundo a ONU, aumentou em 96% o deep fake pornográfico, 900% de aumento das deep fakes de violência, e a mulher é maioria [de vítimas] nisso. Então, são agressões que mexem com a dignidade, com a reputação, com a autoestima, são, muitas vezes, deep fakes que humilham essas mulheres e que geram para elas situações incorrigíveis, muitas vezes, por um longo tempo”.
Jandira Feghali (PCdoB-RJ), durante solenidade de sanção do Projeto de Lei nº 370/2024, de sua autoria e que trata sobre violência psicológica contra mulheres, determinando que a pena para esse tipo de crime - reclusão de seis meses a dois anos e multa - terá aumento de 50% se tiver sido cometido com o uso de IA ou qualquer outro recurso tecnológico que altere imagem ou som da vítima.
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MEUS GPTs
GPTs ⚡ agenteINFORMA
Acesse e confira: linktr.ee/gpts.agenteinforma
IMPORTANTE
: Lembrando que os usuários da versão grátis podem degustar com limitações os GPTs da GPT Store. Saiba mais.
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Na página do monitorGPT no site da agenteINFORMA, você encontra as informações para a contratação do serviço de gestão e construção de GPTs customizados e consultoria para adoção do ChatGPT e outras IAs na rotina do seu negócio, em especial no jornalismo.
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