0082 - Customização do ChatGPT para combater desinformação
Os GPTs customizados aparecem como uma ferramenta promissora para ajudar os jornalistas e o público em geral no combate à desinformação de forma eficaz.
“Impactos e potencialidades do uso da inteligência artificial no combate à desinformação” é o tema da palestra de abertura da 14ª edição da Jornada Discente do Programa de Pós-graduação em Jornalismo (PPGJOR) da UFSC, que acontece nesta terça-feira (22), no auditório Henrique Fontes, no Centro de Comunicação e Expressão (CCE). A palestra tem como convidada a jornalista Natália Leal, da Agência Lupa. Eu estarei na mediação ao lado do professor do PPGJOR, Rogério Christofoletti.
A desinformação tem sido uma ameaça recorrente à integridade do jornalismo e ao direito à informação. Seu combate exige atenção redobrada, vigilância constante e esforço hercúleo com a soma de forças de profissionais, entidades e agências de checagem.
Neste contexto, toda ajuda é bem-vinda, até mesmo do ChatGPT, a Inteligência Artificial generativa que, num primeiro momento, chegou a ser vista como uma ameaça por causa de seu formato acessível e probabilidade de uso para a produção em grande escala de conteúdo falso.
Mas como a IA da OpenAI pode ajudar jornalista e o público em geral no combate à desinformação?
A resposta está na construção de GPTs customizados. Ao contrário do ChatGPT “raiz”, os customizados podem ser instruídos e treinados para atender necessidades específicas de redações e agências de notícias. Isso inclui, por exemplo, a verificação de informações e o suporte no processo editorial, adaptando o uso da IA às nuances do jornalismo investigativo e aos critérios de verificação de fatos.
Como você já leu em edições anteriores, personalizar significa treinar a IA para que compreenda contextos específicos, utilize fontes de dados confiáveis e seja capaz de sugerir links para fontes verificadas automaticamente, além de ter como referência uma base de conhecimento própria.
Como destaco frequentemente, a clareza nos objetivos é o primeiro passo para qualquer estratégia de uso de IA. Isso pode envolver desde a identificação de processos onde os jornalistas gastam muito tempo verificando dados, até o treinamento do GPT para reconhecer tópicos específicos de desinformação que circulam nas redes sociais, nos grupos de WhatsApp...
O combate à desinformação não se trata de substituir jornalistas por ferramentas de IA, mas sim de complementar suas habilidades e otimizar os fluxos de trabalho. Redações que adotarem essa abordagem estarão mais preparadas para lidar com o grande volume de informações que caracteriza o meio digital. Os GPTs customizados podem ser uma peça-chave nessa estratégia, desde que sejam aplicados de forma consciente e com um propósito claro.
No entanto, por mais promissora que seja a personalização de GPTs para combater a desinformação, é importante lembrar que essas ferramentas não são infalíveis. A revisão humana e a ética jornalística continuam sendo essenciais para garantir que a informação publicada seja precisa e confiável. Um modelo customizado ajuda a identificar conteúdos problemáticos, mas cabe ao jornalista o papel de decidir o que deve ser publicado e sob quais circunstâncias.
🩹 CuraFato
Como forma de colocar em prática as ideias que defendo acima, construí um GPT customizado para ajudar jornalistas a combater a desinformação. CuraFato tem o foco em verificação de fatos, curadoria de fontes e conformidade com diretrizes editoriais e pretende ser um aliado na produção de conteúdos mais precisos e confiáveis.
O GPT foi construído considerando informações de referência sobre o conceito de desinformação, o modelo e as rotinas de trabalho das agências de checagem e as possibilidades de uso do ChatGPT para executar tarefas relacionadas ao tema.
Para testar o CuraFato, o usuário pode começar pelas interações dos quebra-gelos na página do GPT [abaixo] e que servem de ponto de partida na conversa com a IA.
Pode me ajudar a verificar se essa afirmação é verdadeira?
Qual a credibilidade dessa fonte? Posso confiar nela?
Este artigo está em conformidade com as políticas contra desinformação?
Você pode sugerir fontes mais confiáveis sobre este tema?
O CuraFato está em fase de aprimoramento, mas está disponível no link para uso dos usuários da versão paga ou dos usuários da versão gratuita com limitações.
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IA E ELEIÇÕES
🗳️ Democracias artificiais
Foi lançado na semana passada o documentário “Democracias Artificiais”, uma produção da FGV Comunicação Rio que promete uma análise inédita e urgente sobre os impactos da IA nos processos eleitorais e nas democracias modernas.
Com 40 minutos de duração, a produção reúne entrevistas exclusivas com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ministra Cármen Lúcia, o ex-presidente da Corte, Ministro Alexandre de Moraes, e o cientista político norte-americano Ian Bremmer, além de especialistas em IA, jornalistas e parlamentares.
A obra aborda as ameaças e oportunidades que a tecnologia representa para a democracia, levantando questões sobre o futuro das eleições em um mundo digital. .
Ainda não há data definida para a estreia de “Democracias Artificiais” nas plataformas de streaming.Assista ao trailer.
ASPAS
“O documentário busca uma análise inédita e urgente sobre os impactos da Inteligência Artificial nas eleições, mas também levanta questões profundas sobre o futuro das democracias em um mundo cada vez mais digitalizado”.
Marco Aurelio Ruediger, diretor da FGV Comunicação Rio e produtor executivo do documentário.
Sem IA
Não houve uso massivo de desinformação por IA nas eleições municipais [Poder 360]
“Em relação à desinformação, não houve uso massivo da IA para criar desinformação e grande parte das fake news que circularam não usaram essa tecnologia na criação das peças. Mesmo assim, casos dos deepnudes mostraram como os conteúdos sintéticos podem reforçar a violência de gênero já sofrida por mulheres nos ambientes políticos”, conclui o balanço de uso de IA no primeiro turno das eleições municipais.
IA E JORNALISMO
🙋♂️🤖 Se faltava referência…
O New York Time publicou no último dia 7, em sua seção Como o NYT trabalha, uma lista com quatro tópicos que resume como o jornal usa a Inteligência Artificial em sua rotina. O texto fala em “algumas formas de uso” e não deixa claro se há um protocolo mais detalhado [o que acredito que sim, já que, além da briga judicial com a OpenAI, o jornal também montou uma equipe de IA na redação].
De todo o modo, ótimo que o NYT tenha compartilhado seu modo de usar IA. Que sirva de inspiração e referência. Confira:
Investigação e análise de dados: Utilização de modelos de machine learning para analisar grandes volumes de dados em reportagens investigativas, como a detecção de crateras de bombas em imagens de satélite.
Recomendações de conteúdo: Algoritmos de aprendizado de máquina sugerem artigos com base em histórico de leitura, localização e popularidade entre leitores.
Produção de textos auxiliares: Ferramentas de IA geram rascunhos de manchetes e resumos, sempre com revisão e supervisão humana. A IA não é usada para escrever artigos completos.
Acessibilidade e tradução: Uso de tecnologia de voz automatizada para ouvir artigos e de modelos de tradução para versões em espanhol, com revisões cuidadosas das traduções.
📎 Leia mais.
Informações da seção Como o NYT trabalha com edição agenteGPT a partir de resumo feito pelo ChatGPT, identificado pelo uso dos emojis 🙋♂️🤖 ao lado do título, conforme regras da newsletter.
Nova briga
New York Times dá ultimato à empresa de IA apoiada por Bezos para não usar mais seu conteúdo [Agência O Globo]
O New York Times deu um ultimato à startup de Inteligência Artificial generativa Perplexity, exigindo que a empresa pare de usar seu conteúdo, conforme relatado pelo Wall Street Journal.
NOVIDADE
💸 Enquanto isso, na Microsoft…
A Microsoft anunciou nesta segunda-feira (21) o lançamento de novas ferramentas de inteligência artificial para o setor empresarial, incluindo 10 “agentes autônomos” capazes de executar tarefas automaticamente em áreas como vendas, suporte ao cliente e contabilidade. Esses agentes atuam como aplicativos de IA, realizando tarefas repetitivas e administrativas que os funcionários geralmente prefeririam evitar, como pesquisar leads de vendas ou atualizar tíquetes de suporte.
As ferramentas estarão disponíveis em uma fase de “prévia pública” entre dezembro deste ano e o início de 2025. Além disso, a Microsoft apresentará o Copilot Studio, que permitirá às empresas criar agentes personalizados para executar tarefas de forma independente.
E o Meta AI?
Já testou a Meta IA no WhatsApp? Fiquei com a sensação de ferramenta para passar o tempo… E vocês?
⚡️ RAPIDINHAS
.ai
Alugar o domínio na internet virou fonte de renda para alguns países [Fast Company]
Será?
Adivinhe quem quer mudar o jeito como fazemos buscas na internet? O Google [Fast Company]
HUMOR
🤣 Prompt legal…
Não é só editor de jornal que “dorme no prompt” e esquece de tirar o pedido ao ChatGPT na hora da publicação. O print abaixo circulou nas redes sociais e mostra que a “bobeira” não faz distinção de profissão.
Leia também: ChatGPT é o mais popular no Judiciário
ESTREIA
👀 “Seu destino o aguarda”
O ChatGPT estreou no LinkedIn na semana passada [até então só havia um perfil da OpenAI por lá] promovendo uma ação de engajamento tendo como ponto de partida o prompt abaixo:
"Com base em todas as nossas interações, qual carreira eu poderia gostar, mas que talvez eu ainda não perceba que iria gostar?"
Fui na onda e a resposta do ChatGPT foi [gostei]:
Com base em nossas interações, parece que você tem uma forte inclinação para áreas criativas, educativas e tecnológicas, além de interesse por comunicação, storytelling e inovação. Uma carreira que talvez você ainda não tenha considerado, mas que pode ser uma combinação perfeita, é consultor criativo para inovações em comunicação e inteligência artificial. Nesta função, você poderia ajudar empresas, jornalistas, educadores e até mesmo criadores de conteúdo a integrar IA de forma inovadora e eficiente em suas rotinas, ao mesmo tempo que trabalha com a educação e o desenvolvimento de habilidades para o futuro.
Essa carreira permitiria unir suas habilidades de escrita, estratégia de conteúdo, interesse em IA e desejo de orientar pessoas em novas ferramentas tecnológicas, mantendo uma abordagem prática e criativa. Você também poderia explorar o papel de facilitador de workshops, com um foco especial em promover a aplicação de GPTs customizados ou outros recursos de IA em diferentes indústrias.
MEUS GPTs
GPTs ⚡ agenteINFORMA
Acesse e confira: linktr.ee/gpts.agenteinforma
IMPORTANTE
: Lembrando que os usuários da versão grátis podem degustar com limitações os GPTs da GPT Store. Saiba mais.
Saiba mais sobre GPTs personalizados:
💬 Consultoria, treinamento e monitoramento
Na página do monitorGPT no site da agenteINFORMA, você encontra as informações a contratação do serviço de construção de GPTs customizados.
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