0110 - Depois da expectativa, vem o uso – e os erros mais comuns
Na edição passada da newsletter, falei sobre a diferença que faz uma mudança de postura e abordagem diante da IA generativa: não é sobre pedir, é sobre interagir. Chamei atenção para a “expectativa mágica” que muitas pessoas ainda têm em relação ao ChatGPT — como se bastasse fazer um pedido vago para receber uma solução perfeita, num passe de mágica.
Mas se a postura influencia o resultado, o jeito como você usa a ferramenta também. Ou melhor: como você não usa direito. E isso me leva a uma nova provocação, que tem surgido com frequência:
Você sabe mesmo usar o ChatGPT — ou só acha que sabe?
Se na edição anterior o tema foi sobre expectativa e postura, desta vez o foco é na prática e no uso real. Porque não adianta esperar inteligência de uma IA se a gente ainda interage de forma genérica. O melhor da ferramenta aparece quando a gente colabora com ela.
Como convite à reflexão e melhoria contínua, listei abaixo cinco sinais de que você pode estar usando o ChatGPT de forma equivocada. Não entenda como crítica, mas como forma de obter os melhores resultados a partir da contribuição proporciona pela IA generativa no seu papel de assistente para múltiplas tarefas. Porque, como venho insistindo, a IA aprende. E você também.
Sinais de que você interage errado o ChatGPT
1. Você faz perguntas genéricas demais
“Me dá ideias de conteúdo?” “Escreve um post sobre marketing?”. Esse tipo de comando pode até funcionar, mas raramente gera algo realmente útil. A IA precisa de contexto. Quanto mais claro você for sobre seu objetivo, perfil e público, mais próxima da realidade será a resposta.
2. Você ainda acha que ChatGPT é um buscador como o Google
Muita gente chega com a lógica da busca: pergunta curta, resposta pronta. Só que o ChatGPT não funciona assim. Ele faz buscas [até aprofundadas], como os assinantes da agenteGPT já sabem], mas responde melhor a quem conversa melhor. Troque o comando seco pelo diálogo estruturado e tendo em menta que toda a pergunta pode [e deve] ser acompanhada por uma tarefa associada.
3. Você não especifica formato, tom ou estilo
Imagine pedir a um designer “faz uma arte aí” sem dizer se é para redes sociais, para uma campanha ou para o mural da escola. É isso que muita gente faz com o ChatGPT. Seja específico sobre o que quer. Quer um resumo? Um roteiro? Um texto com até 400 caracteres? Diga com objetivo e clareza, especialmente se busca o melhor resultado.
4. Você espera mágica na primeira tentativa
Por mais evoluído que esteja, com novos modelos lançados, ampliando a capacidade de gerar resultados, o ChatGPT não é perfeito e pode não acertar de primeira. E tudo bem, faz parte. O bom uso envolve tentativa, erro e refinamento. Teste. Ajuste. Corrija. Explore possibilidades a partir da interação. Só assim você chega a resultados mais afinados com suas expectativas e necessidades.
5. Você não trata o ChatGPT como parceiro de criação
Essa é a mudança de chave. Não trate o ChatGPT como um tipo de guru digital. Sua interação funciona melhor se vê-lo como um coautor, um parceiro de cocriação. Quando você interage, explica, compara, pede reformulações, ele devolve melhores caminhos. É nesse ciclo que mora o potencial da IA generativa.
E aí, reconheceu algum desses sinais no seu uso? Conte nos comentários.
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Marca valiosa: US$ 43,5 bilhões
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EXPANSÃO
Gemini para além do smartphone
O Google anunciou a ampliação do alcance do Gemini artificial, agora presente em celulares, relógios, carros, TVs, visores e fones compatíveis com Android. A proposta é oferecer ajuda contextual, por voz ou toque, em diferentes situações do dia a dia — de forma natural e proativa.
Celulares Android: Gemini Live disponível sem assinatura, com ferramentas de câmera e compartilhamento de tela.
Relógios com Wear OS: Criação de lembretes e respostas por voz mesmo longe do celular.
Android Auto e carros com Google integrado: Comandos naturais para rotas, recargas, mensagens e resumos de conteúdo.
Google TV: Sugestões personalizadas de filmes e respostas com vídeos do YouTube.
Visores e óculos com Android XR: Planejamento de viagens com mapas, vídeos e experiências imersivas.
Fones da Sony e Samsung: Respostas personalizadas por áudio, em qualquer lugar.
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MANUS
A IA mais humana?
A equipe do TechTudo testou a Manus com objetivo de entender se a nova IA sensação é ou não é a Inteligência Artificial mais “humana” do mercado. Leia um resumo do teste:
A Manus AI promete autonomia e uso sem prompts, mas, na prática, exige contextualização detalhada e informações adicionais para funcionar bem. O processo de uso é lento e o layout pouco intuitivo, dificultando a navegação. Apesar disso, as respostas geradas são profundas quando bem orientadas, e a ferramenta se destaca por seu “código semi-aberto”, que mostra ao usuário os caminhos e fontes usados para chegar aos resultados. A recomendação é utilizá-la como ponto de partida para pesquisas mais completas.
SESSÃO DUPLA
Ação
Inteligência artificial pode potencializar produções audiovisuais [Jornal da USP]
Corta
Vilã ou aliada? Cannes discute o uso de inteligência artificial no cinema [Tilt UOL]
PBIA
GT para coordenar plano
O governo federal criou na semana passada um Grupo de Trabalho (GT) para coordenar a implementação do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). Com duração prevista de quatro anos, o GT será formado por representantes de 15 órgãos e entidades públicas.
O PBIA, lançado em julho de 2023, conta com um investimento de R$ 23 bilhões e tem como objetivo transformar o Brasil em referência global no uso eficiente e inovador da inteligência artificial, com foco especial no setor público.
Entre as metas do plano estão a modernização da infraestrutura tecnológica do país e o desenvolvimento de processadores de IA nacionais. O destaque vai para a atualização do supercomputador do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), que poderá figurar entre os cinco mais potentes do mundo, operando com energia renovável.
A iniciativa contempla ainda o uso de IA em áreas estratégicas como saúde, educação, meio ambiente e comércio, reforçando a aposta do governo em tecnologia como motor de desenvolvimento.
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ASPAS
Deu ruim
“O advogado parece ter usado Inteligência Artificial sem revisar depois e tentou enganar o STF com precedentes falsos e interpretações erradas”.
Cristiano Zanin, ministro do Supremo Tribunal Federal, ao rejeitar uma reclamação constitucional redigida por uma ferramenta de IA. A decisão envolveu um ex-servidor público que tentava anular decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), alegando que sua absolvição na esfera criminal deveria ter impacto sobre a punição administrativa sofrida.
A petição incluía citações a precedentes do STF que, segundo Zanin, não se aplicavam ao caso ou sequer existiam. O documento apresentava ainda a marca d’água “Criado com MobiOffice”, um editor que incorpora assistentes de escrita baseados em IA. Diante da conduta, Zanin aplicou multa ao autor da reclamação por litigância de má-fé e determinou o envio do caso à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
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Deu ruim também
Juiz repreende advogado que substituiu sustentação oral por inteligência artificial [Brasil 247]
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