0097 - Memória aprimorada: novo ponto de disputa e polêmica no mercado de IA?
A OpenAI e o Google parecem concordar em uma coisa: para que seus assistentes de IA deixem de ser simples chatbots e evoluam para verdadeiros companheiros digitais, a capacidade de lembrar do que foi dito se torna essencial. E, na semana passada, foi a vez do Gemini, a IA do Google, sair frente na ativação da chamada “memória aprimorada”.
Memória aprimorada em IA refere-se à capacidade de lembrar e utilizar informações de interações passadas para fornecer respostas mais personalizadas e contextuais, permitindo continuidade nas conversas e adaptação às preferências do usuário. Pode parecer um detalhe técnico sem grande impacto, mas essa funcionalidade muda completamente a forma como interagimos com a IA.
Com a nova função, disponível inicialmente apenas para assinantes do Gemini Advanced via plano Google One AI Premium e na versão em inglês, o Gemini agora pode relembrar interações passadas e utilizar esse contexto para fornecer respostas mais relevantes. Isso significa que os usuários podem continuar conversas anteriores sem precisar começar do zero ou procurar por tópicos passados. Além disso, é possível pedir que o Gemini resuma discussões anteriores e desenvolva projetos existentes.
“Não importa se você está fazendo uma pergunta sobre algo que já foi discutido ou pedindo para o Gemini resumir uma conversa anterior, o Gemini agora usa informações de chats relevantes para elaborar uma resposta”, destaca o Google.
O ChatGPT já permite que o usuário ative a memória, mas ainda não é a versão aprimorada [já especulada, inclusive com prints da tela, nas redes sociais]. O Gemini também já trazia essa possibilidade, mas a diferença agora é permitir que a IA faça referência a discussões do passado, como destacado acima.
Benefícios e cuidados
A ideia de um assistente que lembra suas preferências e projetos é atrativa para quem usa uma IA generativa para tarefas recorrentes.
Pense em um estudante que pode retomar uma pesquisa sem precisar contextualizar tudo novamente ou em um profissional que delega tarefas ao assistente sem repetir instruções. Até para uso corporativo, essa memória pode ser um diferencial ao manter um histórico de solicitações e refinamentos em projetos longos.
Como se vê, as possibilidades prometidas são enormes, mas junto com a conveniência vem também o receio: até que ponto essas interações estão protegidas?
No anúncio da novidade, além de prometer liberar para mais usuários e idiomas, o Google ressaltou que os usuários têm controle sobre quais informações são armazenadas. O histórico de bate-papo pode ser revisado, excluído ou mantido por um período determinado pelo usuário, acessando a configuração “Atividade dos aplicativos Gemini” no menu de perfil. O Gemini também indicará visualmente quando estiver utilizando informações de conversas anteriores para formular respostas.
Neste aspecto, a memória dos assistentes de IA pode ser vista como uma faca de dois gumes. De um lado, torna o uso da tecnologia mais eficiente e intuitivo. De outro, levanta questões sobre a segurança dos dados e o uso dessas informações para treinar modelos sem consentimento explícito, em alguns casos. Ou seja, mais do que um agregado ao produto, a memória certamente será pauta para mais debate e polêmica em torno da IA generativa.
O desafio agora é encontrar um ponto de equilíbrio entre comodidade e segurança. Se as big techs realmente querem ganhar ou transmitir confiança em suas IAs, vão precisar garantir que a memória funcione como um recurso a serviço do usuário e não mais uma fonte para coleta de dados.
A evolução da IA, você que acompanha a newslertter sabe, é evidente, e a memória poderá ser um divisor de águas. Resta saber quem conseguirá entregar a melhor experiência sem comprometer a privacidade dos usuários.
Afinal, IA que não gera confiança [real e não artificial…], em um mercado em ebulição, compromete totalmente o trabalho de atrair, conquistar e manter novos usuários. E o que era para ser uma ferramenta indispensável, se torna uma vaga lembrança...
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REPETECO
👀 Preste atenção no NotebookLM
Mais uma novidade do Google, agora relacionada ao NotebookLM, que ganhou uma versão Plus para assinantes do plano Google One AI Premium [R$ 96,99/mês], que, entre outros benefícios, dá acesso também ao Gemini Avançado.
Não é a primeira e não será a última vez que cito e recomendo que você acesse e conheça a NotebookLM, plataforma de IA do Google das mais eficientes para estudos e desenvolvimento de projetos, a partir de conteúdos em diferentes formatos fornecidos pelo usuário. Se aproxima de alguma forma da função Projetos do ChatGPT, mas é mais impressionante tanto no que permite quanto no que entrega.
Acesse e teste: notebooklm.google.com
Leia também: Uma chance para o Google
Leia também: Gemini 2.0 e novidades no NotebookLM
DEEP RESEARCH
😲 Aquela espiadinha no Perplexity
Na última sexta-feira (14), a IA Perplexity disponibilizou gratuitamente para todos os usuários o acesso ao Perplexity Deep Research, modelo de agente autônomo de pesquisa do mesmo tipo que a OpenAI lançou no começo do mês apenas para usuário do plano Pro [aquele de 200 dólares por mês]. O Gemini Advanced também oferece a opção no plano Pro.
“Acreditamos que todos merecem ferramentas de pesquisa poderosas. É por isso que estamos tornando o Perplexity Deep Research gratuito para todos”, disse a empresa ao anunciar a novidade, com uma leve “indireta” à OpenAI e Google. De fato, uma boa oportunidade para explorar um modelo de pesquisa que já é foco na disputa pelo mercado de busca com IA [e vice-versa].
Para experimentar, acesse www.perplexity.ai e marque Deep Research [ou Pesquisa Profunda] no seletor de modo na caixa de pesquisa antes de fazer sua interação.
📎 Leia mais.
Sobre a Deep Research da OpenAI, leia aqui.
ASPAS
😂 Ouça essa, Sr. Musk
“OpenAI não está à venda, e o conselho rejeitou por unanimidade a última tentativa do Sr. Musk de atrapalhar sua competição. Qualquer reorganização potencial do OpenAI fortalecerá nossa organização sem fins lucrativos e sua missão de garantir que a AGI beneficie toda a humanidade”.
Bret Taylor, presidente do Conselho de Administração da OpenAI, após a empresa recusar a oferta feita por Elon Musk, antigo desafeta da criadora do ChatGPT. Antes da decisão do Conselho, o CEO da OpenAI, Sam Altman, respondeu o Musk com uma oferta de compra do X (Twitter) a um valor muito menor do preço pago pelo magnata.
📎 Leia mais.
IA E JORNALISMO
🛡️ OpenAI fecha acordo com Guardian
A OpenAI e o Guardian Media Group anunciaram um acordo estratégico para integrar o conteúdo editorial do Guardian ao ChatGPT. Com a parceria, os usuários da IA poderão visualizar resumos detalhados e acessar diretamente os artigos do jornal britânico, como já ocorre com outros grandes grupos de mídia do mundo.
Mas além da distribuição de conteúdo, o Guardian implementará o ChatGPT Enterprise em suas operações internas, explorando novas oportunidades para desenvolver produtos e serviços para seus leitores.
De acordo com o comunicado divulgado pelas empresas, a iniciativa reforça o papel da Inteligência Artificial no ecossistema jornalístico, proporcionando um alcance global ampliado para o Guardian e, ao mesmo tempo, enriquecendo a experiência dos usuários da plataforma da OpenAI.
O acordo ocorre um ano após o Guardian divulgar sua abordagem sobre o uso responsável da IA, destacando a supervisão humana e o compromisso com a qualidade da informação.
Sobre a abordagem do Guardian, leia aqui.
GLOBAL
☢️ A conversa vai longe
Qual o assunto da conversa entre o presidente da França, Emmanuel Macron, e o CEO da OpenAI, Sam Altman, aparentemente fora da agenda da conferência AI Summit, que aconteceu nos dias 10 e 11, em Paris?
O usuário do Twitter, Mark Nelson, que atua no mercado de energia e recebeu a foto tirada por um amigo, compartilhou sua suspeita:
“Podemos adivinhar para que serve esta reunião: Sam quer energia nuclear francesa e/ou Emmanuel Macron quer vendê-la. A França tem uma das frotas nucleares de pior desempenho do mundo, desperdiçando energia suficiente a cada ano para abastecer pelo menos dois dos superaglomerados Stargate de 5 GW propostos por Sam”.
Sobre o evento
No IA Summit de Paris, a IA ganha ares positivos e debate sobre riscos fica de lado [Exame]
Multinacionais apoiam iniciativa Campeões Europeus em Inteligência Artificial para impulsionar uso de IA na Europa [Agência Brasil]
📎 Leia sobre o projeto Startgate.
🤝 IA na pauta do BRICS
O grupo de trabalho sobre emprego do BRICS se reuniu na semana passada (dias 12 e 13) para debater estratégias conjuntas para mitigar os impactos da Inteligência Artificial no mercado de trabalho. além de medidas regulatórias e políticas de proteção social.
Entre as principais preocupações do bloco, formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos, estão:
Criação de salvaguardas para trabalhadores que possam ser afetados pela automação;
Incentivo à capacitação de jovens e idosos para adaptação às novas tecnologias.
Um documento consolidando será assinado pelos ministros do Trabalho do BRICS em 25 de abril, durante um encontro no Itamaraty, em Brasília.
📎 Leia mais.
SOY LATINO-AMERICANO…
🙋♂️🤖 Vem aí, LatamGPT
O LatamGPT é o nome do modelo que promete ser um divisor de águas na IA generativa para a América Latina.
Desenvolvido pelo Centro Nacional de Inteligência Artificial do Chile (Cenia), com apoio de mais de 30 instituições e 60 especialistas da região, o modelo será lançado em 2025 e terá um diferencial crucial: será aberto e acessível para estudo e aprimoramento local.
O objetivo? Criar uma IA que entenda a diversidade cultural e linguística do continente, indo além do português e espanhol para captar nuances da identidade latino-americana. A iniciativa busca independência tecnológica e já conta com um imenso acervo de dados, armazenado no Centro de Supercomputação da Universidade de Tarapacá, no Chile.
Texto produzido pela Associated Press e editado por agenteGPT a partir de resumo gerado do ChatGPT, identificado pelo uso dos emojis 🙋♂️🤖 ao lado do título, conforme regras da newsletter.
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