0096 - Afinal, o que você quer criar a seguir?
Na edição 2025 do SuperBowl, disputado no domingo (9), a OpenAI decidiu seguir um caminho diferente da concorrente/parceira Microsoft em sua estreia no intervalo do maior acontecimento esportivo e midiático dos Estados Unidos.
Em vez de destacar um produto específico, como foi o caso do Copilot em 2024 [leia e assista aqui], a criadora do ChatGPT apostou em um conceito mais amplo no seu anúncio: a Inteligência Artificial como uma ferramenta transformadora, comparável a grandes invenções da história da humanidade.
Com o slogan “O que você quer criar a seguir?”, o comercial de 60 segundos traça uma linha do tempo de inovações – da roda ao smartphone, passando pela internet – para posicionar a IA dentro desse contexto de progresso tecnológico. A ideia central é que a inteligência artificial não substitui a criatividade humana, mas pode ampliar suas possibilidades.
A estratégia da OpenAI reforça um ponto já levantado por seu CEO, Sam Altman: o avanço da IA será gradual, mas com impactos significativos. A aposta da empresa é tornar essa tecnologia acessível ao maior número de pessoas, abrindo caminho para novas formas de criação, pesquisa e inovação.
Criar, não apenas consumir
A pergunta que a OpenAI lançou no Super Bowl é, antes de mais nada, um convite à ação. “O que você quer criar a seguir?” não é só uma “provocação inspiradora”, mas um recado direto para um mercado de IA cada vez mais competitivo. OpenAI, Google, Anthropic, Meta, DeepSeek e tantas outras empresas disputam a atenção do usuário. Mas, no fim, a questão que fica é uma só: saber como usar a ferramenta é mais importante do que qual ferramenta escolher.
O labirinto das IAs: muitas opções e risco de perda de foco
O avanço da Inteligência Artificial gerativa pode provocar um efeito colateral curioso: a paralisia pela escolha. Com tantas opções, haverá quem passe mais tempo testando modelos e comparando recursos do que, de fato, criando algo [quem se identicou?]. O problema não está na falta de boas IAs, mas na dificuldade de decidir qual delas utilizar e para qual propósito.
A verdade é que não existe uma IA “certa” ou “perfeita”. O diferencial não está no modelo mais poderoso, mas no usuário que sabe formular boas perguntas, estruturar ideias e transformar sugestões automatizadas em algo concreto. Se há um segredo na interação com a IA, ele não está no modelo usado, mas na clareza do que se deseja obter [é sobre comunicação...].
Meio para ampliar nossa capacidade
Como o comercial da OpenAI procura demonstrar, ao longo da história, inovações tecnológicas que realmente marcaram época — a bússola, a prensa, o motor a vapor, a internet — não foram apenas avanços técnicos, mas ferramentas que expandiram as capacidades humanas. A IA vai no mesmo embalo: não é um fim em si mesma, mas um meio para ampliar nossa capacidade de criar, inovar e resolver problemas.
A OpenAI quer que você olhe para o ChatGPT e se pergunte: como essa tecnologia pode me ajudar a construir algo que antes não era possível? A resposta para essa pergunta é o que realmente importa. O foco deve estar no que será produzido com a IA, e não em qual IA está na moda nesta semana.
A pergunta que fica
Seja para empreendedores, pesquisadores, criadores de conteúdo ou qualquer profissional que queira potencializar seu trabalho, a chave para se destacar no uso da IA está menos na tecnologia e mais na visão de quem a utiliza.
Ou seja, o desafio, não é apenas “qual IA usar”, mas sim como usá-la da maneira mais eficiente para criar algo relevante. Em um cenário onde a Inteligência Artificial se torna cada vez mais acessível, a habilidade de definir boas perguntas e orientar os modelos de forma produtiva será o verdadeiro diferencial competitivo.
Por isso, antes de gastar tempo debatendo qual IA é melhor, talvez valha a pena responder à pergunta que realmente interessa: afinal, o que você quer criar a seguir?
📎 Leia mais sobre a campanha no site da OpenAI e no The Verve.
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VIBE
“Man, still a long way to go to run down Google 🥺”.
(“Cara, ainda falta muito para acabar com o Google 🥺”)
Tweet do CEO da OpenAI, Sam Altman, postando no domingo (9), ao compartilhar lista dos sites mais acessados em janeiro onde o ChatGPT apareceu em sexto lugar, sua colocação mais alta desde seu lançamento. O Google lidera com 29,21% de todo o tráfego analisado pela ferramenta do SimilarWeb. O ChatGPT alcançou 2,33%. Veja a lista completa no Twitter.
Virou Google
Curiosamente, o tweet de Altman foi postado três dias depois da OpenAI dar mais um passo na disputa com o Google pelo mercado de busca: acesso ao ChatGPT sem inscrição com função [botão] de Busca online disponível.
O acesso sem inscrição para uso do ChatGPT também como “buscador” não é novidade e está disponível desde abril de 2024, como destaque na edição 0053 da newsletter. A diferença é que o botão de busca, lançado em novembro de 2024, pode ser usado mesmo deslogado.
Como escrevi em abril, você es pronto para trocar “dá um Google” por “pergunta pro ChatGPT”?
PRÓXIMO
🗼 Depois do DeepSeek…
Há cerca de um ano, os assinantes da agenteGPT já leram sobre o Le Chat, a plataforma de Inteligência Artificial generativa da francesa Mistral AI.
E depois do furacão DeepSeek, anote: será a vez da Mistral AI ganhar holofotes como a resposta europeia para o ChatGPT. A empresa está entre as beneficiadas no pacotão de investimentos do governo francês em Inteligência Artificial [pacote no valor total de 109 bilhões Euros].
Teste grátis o Le Chat na versão web [https://chat.mistral.ai/chat] ou nos aplicativos para iOS e Android.
📎 Leia mais.
ATUALIZAÇÃO
Novos passos do Google
Gemini 2.0: Google libera novas versões de sua IA para todos [Olha Digital]
ASPAS
🔓 Livre
“O lobby das empresas de tecnologia sempre foi muito forte e acabou reduzindo o espaço para o software livre. Agora, com o DeepSeek, o movimento ganha um novo fôlego. A empresa chinesa desenvolveu uma tecnologia barata e abriu o código para quem quiser. A Inteligência Artificial sai do controle das grandes corporações e se democratiza, justo no momento em que o Brasil preparou seu plano de IA”.
Luís Nassif, jornalista, no artigo “O mundo e o Brasil na era da Inteligência Artificial”, no qual, tendo a chegada do DeepSeek e seu modelo inovador, analisa os eixos do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial 2024-2028, lançado em junho de 2024. Para ele, “a relevância do PBIA está no mapeamento de todo o setor [de IA], na definição clara das linhas de ação, na visão sistêmica para a implantação da política”.
📎 Leia o artigo completo no GGN.
Sobre o impacto do DeepSeek
IMAGEM
Fica fácil esquecer e não voltar mais tarde…
Aconteceu com você?
COMUNICAÇÃO E MARKETING
📢 Inteligência artificial chega à comunicação interna [Valor Econômico]
A pesquisa Tendências da Comunicação Interna 2024, conduzida pela agência Ação Integrada e pela Aberje, aponta a inteligência artificial como a principal inovação tecnológica para comunicação corporativa, com 44% das empresas já utilizando ou prestes a adotar a ferramenta. Com times reduzidos, muitas organizações enfrentam desafios na gestão da comunicação interna, e a IA surge como ferramenta essencial para otimizar processos, personalizar mensagens e medir o engajamento dos funcionários.
🎯 Líderes de marketing se sentem despreparados para a GenAI [Meio & Mensagem]
Um estudo da Kantar, intitulado GenAI in Marketing: Fear or FOMO, revela que, apesar do reconhecimento do impacto da Inteligência Artificial generativa no setor de marketing, a maioria dos líderes globais da área ainda se sente despreparada para sua implementação. A pesquisa aponta que, embora os entrevistados avaliem o potencial da tecnologia em 9 de 10 pontos, sua prontidão para adoção é de apenas 4,9. Os principais desafios incluem resistência à tecnologia, preocupações éticas, segurança de dados, necessidade de novas habilidades e dificuldade de escalabilidade.
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