0118 - ChatGPT Agent: O usuário está pronto para delegar tarefas?
O ChatGPT não apenas responde. Agora, ele age, “quase” sem freio. Com o lançamento dos ChatGPT Agents, a OpenAI inaugura uma nova fase da inteligência artificial generativa para empresa, em que o usuário deixa de ser protagonista na interação e passa a ser um solicitante, que apenas diz o que quer - e deixa o resto por conta da máquina.
Na prática, o Chat Agent é capaz de entender um objetivo, organizar em etapas, buscar dados, tomar decisões e entregar resultados. Tudo isso sem que o usuário precise ditar o passo a passo.
Antes, a lógica era colaborativa: o humano guiava, o ChatGPT complementava. Agora, no modo agente é diferente. O usuário entrega o problema e recebe uma solução - muitas vezes sem entender ou perceber claramente o caminho que foi percorrido. Essa mudança desloca a IA de ferramenta para operadora. E esse deslocamento exige uma nova forma de pensar, planejar e supervisionar o uso.
A tentação da automação
O modo agente do ChatGPT pode agendar reuniões, responder e-mails, organizar fluxos de trabalho, compilar relatórios, escrever códigos, realizar pesquisas, cruzar dados e muito mais. É a automação pessoal em escala, embalada numa interface conversacional amigável.
Mas quanto mais invisível for o processo, maior o risco de automatizar decisões mal formuladas, enviesadas ou fora de contexto. Afinal, se o agente opera de forma autônoma, quem garante que a solução é mesmo a melhor - ou sequer a mais adequada?
Essa nova fase inaugura um dilema importante: quanto o usuário precisa entender da tarefa antes de delegá-la a um agente autônomo? Delegar não pode ser sinônimo de abdicar. A tecnologia pode assumir o volante, mas quem define o destino - e as regras da estrada - ainda deve ser o ser humano.
O perigo é transformar a IA em um faz-tudo descontrolado, como já critiquei recentemente aqui na newsletter, capaz de tomar atalhos errados com a melhor das intenções. Afinal, se o ChatGPT está no “comando” com o modo agente ativado, ele ganha velocidade com pouca resistência – o usuário apenas espera [tipo um “senta lá, Cláudia”]. Passo seguinte é a OpenAI liberar um cafezinho…
A maturidade vem antes da autonomia
Já escrevi sobre a autonomia do usuário e autonomia do agente de IA [leia aqui] e eu sinceramente sou crítico sobre “deixar a IA me levar”. Sempre sou a favor da interação e do usuário e a inteligência agirem parceiros de cocriação. Mas entendo os agentes como um salto tecnológico. Seu real valor, no entanto, só se manifesta quando há maturidade no uso.
Não adianta ter um executor de tarefas se você ainda não sabe como estruturar as tarefas que precisam ser feitas.
Não adianta ter um sistema autônomo se você ainda não sabe os limites do que pode - ou deve - delegar.
Nesse novo cenário, a pergunta mais importante não é “o que o agente consegue fazer?”, mas sim: “o que, de fato, vale a pena que ele faça por mim — e o que eu ainda preciso fazer junto com ele?”
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Testes e impressões
O ChatGPT Agent está disponível para usuários das contas pagas da plataforma. O modo agente é ativado no menu ferramentas. E quando isso ocorre, abre um menu de formatos como relatórios, análises, apresentações e sugestões [clicar em uma delas já aponta o que você espera obter]. Logo abaixo são mostrados exemplos de tarefas solicitadas que servem de “inspiração” para novos usuários.
Testei solicitando tarefas como:
Elaborar roteiro de passeios para o fim de semana em Florianópolis indicando um site como fonte;
Montar a apresentação de uma nova palestra sobre SEO usando documento no Drive como referência [e incluindo dados e informações pesquisadas por conta própria...];
Agendar curadoria de notícias e menções para envio diário por e-mail [algo que a função Tarefas do ChatGPT já faz];
Análise comparativo de quatro sites para reunir elementos de ajustes e melhorias em um deles.
A forma como o agente trabalha, criando um workspace e abrindo sites dentro do ChatGPT e compartilhando o que está fazendo, impressionam. Nos meus nestes, não vi nada discrepante. Tudo pareceu lógico em cada etapa.
Não considerei nenhum resultado como final. Vi pontos de ajustes em todas as tarefas. Gostei muito da apresentação da palestra tanto do visual quanto das informações acrescentadas. No caso da análise de sites, como não sei [😊] pedir, só interagir, disse o que queria, mas quis saber se o agente entendeu e o que poderia fazer.
Neste caso, houve uma interação anterior à execução da tarefa. E talvez seja esse cominho para identificar a utilidade do ChatGPT Agent: manter o lema “não peça, interaja” ativado.
Para saber mais
Usando o NotebookLM, reuni uma série de fontes [desde oficial da OpenAI e sites especializados até reviews de especialistas] para montar um caderno de estudos sobre o ChatGPT e suas características gerais. Está em modo público [acesse aqui] e resumo está no áudio abaixo.
CONCORRÊNCIA
Manus tira onda
Vocês viram o novo agente do ChatGPT? Vamos colocar lado a lado e ver como ele se sai comparado ao Manus 😎
Foi assim que a Manus “saudou” a chegada do ChatGPT em sua conta no Twitter [atual X]. A IA chinesa quis mostrar que boa parte das tarefas que o modo agente do ChatGPT promete, a Manus - grátis - já faz há mais tempo. São dez tweets comparativos.
Leia também: Manus: a IA mais humana
ASPAS
Orquestração de Buscas
"A grande mudança que vemos no SEO é que ele entrará em uma era que chamamos de ‘Orquestração de Buscas’, que consiste em estar presente em todos os canais onde o consumidor estiver — do Google ao ChatGPT, passando por redes sociais e também marketplaces".
Diego Ivo, um dos grandes especialistas em SEO do Brasil e CEO da Conversion, em comunicado sobre o novo posicionamento da agência: “A partir de agosto, o serviço de SEO vai expandir a atuação, hoje focado no Google, para também atuar com GEO (Generative Engine Optimization) — com foco especial no ChatGPT”.
Ou seja, usar a IA não para substituir, mas para amplificar o que há de mais humano em marketing — a capacidade de fazer boas perguntas, tomar decisões estratégicas e cocriar soluções com os clientes.
Quer conversar sobre SEO com ajuda do ChatGPT e GEO para otimização de conteúdo para ser fonte do ChatGPT? Mande um zap!
Leia também: Mais perguntas que respostas
ARQUIVO
“Vejo uma empresa em pânico; Google precisa se reinventar”
Em abril de 2023, na edição 006 da agenteGPT, entrevistei Diego Ivo para entender o impacto do Projeto Magi, anunciado pelo Google que, assim como Bard, não foi adiante, mas serviu de primeira tentativa da empresa de aplicar IA generativa à busca.
📎 (re)Leia a entrevista.
COMO EU IA DIZENDO…
Há um ano na agenteGPT
Tentei e testei muitas vezes solicitar ao Gemini tarefas semelhantes às que eu pedia ao ChatGPT e os resultados nunca foram satisfatórios. E também busquei explorar outras possibilidades e não obtive bons resultados [como traduzir um texto e gerar um arquivo no Drive, por exemplo].
A “culpa” pode até ser minha porque eu realmente estou muito acostumado com a dinâmica de interação da ferramenta da OpenAI e isso poder ser um empecilho no uso da IA do Google. Não dá para usar uma Inteligência Artificial generativa pedindo para que ela aja como outra. “Gemini, seja o ChatGPT e execute a tarefa”.
Leia: Até breve, Gemni… [para assinantes pagantes]
(edição 0069, 25 de julho de 2024)
*Voltei a ser assinante do Gemini.
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